quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Quantas vezes?


Outro dia, enquanto eu caminhava pelo meu quintal, sem rumo e sem propósito, me vi diante de muitas lembranças.

Vi minha velha bicicleta, que eu já não uso por estar enferrujada e seu pneu estar furado.Quantas vezes eu não rodei esse mesmo quintal, pedalando nela e imaginando voar num hipogrifo?Segui a rachadura que passa na frente da minha porta e segue até o portão.Quantas vezes eu não me equilibrei nela e vi um vulcão embaixo do meu pé?Ou imaginei uma linha em que a maior balarina do mundo andava?Cheguei, finalmente até o pequenino jardim que fica na lateral da casa.Quantas vezes eu não achei tesouros ali?Lembrei do meu livro que estava em cima da minha cama, aberto e com uma caneta, esperando por mim.Quantas vezes não brinquei que estava no Aniram?

A realidade me pegou desprevinida.Pulei ao ouvir minha irmã chamar para entrar, já estava na hora do lanche...Mas até hoje, fico pensando: é tão fácil ser criança.Você não precisa de explicação.Se um adulto falar que o mar é azul, a criança pergunta por que? e o adulto responde porque é.Prontos, a criança vai ficar feliz.

Mas quando crescemos queremos entender porque.Queremos saber porque.Não acreditamos mais nas imaginações e nas visões.

Seria tão fácil ser apenas crianças.Acreditar em tudo.Não querer saber de tudo, não querer entender tudo.Mas nós crescemos.E esta é a ordem natural das coisas.Impossivel de ser mudar.

Nós apenas podemos nos perguntar Quantas vezes...?

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